Especular sobre os devaneios das outras pessoas sempre vai te fazer pequeno.
Pensar, simples e involuntariamente, já esmaga muito do que você acredita, criando outras certezas que serão esmagadas um pouco depois.
É difícil acreditar em algo que exponha o que você realmente é. É difícil, impossível, ser uma coisa só.
Talvez por isso algumas pessoas falem pouco, valorizando o poder do silêncio. Talvez por isso algumas pessoas falem e riam tanto, mostrando a coragem que querem mostrar que tem, de ser... seja lá o que for.
Mentimos pra nós mesmos, muitas vezes, só para nos convencermos de que somos tal coisa, de que nunca mudamos ou de que agora somos totalmente diferentes. A verdade é que a nossa existência depende essencialmente da existência dos outros.
Nós somos tudo o que vimos, tudo do que gostamos, tudo o que fizemos e que normalmente não faríamos. Nós somos aquele calafrio que se sente por alguém com quem você nunca conversou e que nem faz seu tipo, aquela alegria que vem sem explicação, durante o dia mais sem graça, o envolvimento com as personagens de um livro.
Ser é como amar, como ter esperança, essas coisas que não dão pra tocar e das quais a gente vive apanhando.
Comentários
Bom demais da conta isso aí q vc escreveu!
Confesso q, por vezes, alguns tapas me atraem mais do que carinhos.
Eles fazem o sangue circular com mais força nas veias, dão mais ritmo e coragem para enfiar a cara no mundo e metê-la na areia quando necessário.
Isso é tão verdadeiro que me faz sentir como na frente de um espelho. Seu texto inteiro conseguiu me deixar assim. Lindo!
Beijo!
Aprecio demais este texto, que é simples e sensível.
Vivo eu postando-o onde posso, mas!antes que Thiago Cunha venha me acusar, preciso dizer que o texto é dele e não meu.
Quem sabe um dia ele aparece por aqui.
beijo.
Eu e essa minha mania de comer títulos, hehe...é q eles são tão irresistivelmente...comestíveis!