Querida Olivia,
Estou ouvindo Rachael cantar, over and over and over again e desejando que ela grite. Passamos naquele trecho no centro da cidade e era tão alto que eu podia decidir se queria morrer mais devagar ou contemplar as outras mortes. E eu já disse, havia pássaros. Amarelos, espalhados naquele tom do dia que nem dia é. Deve vir daí a vibe azul, às vezes são bananas, às vezes maçã. "azul escuro sobre trilhos" é como ela lembra dele. A menina do papel, o menino do metrô. Ontem à noite eu engoli um choro que nem veio e o que voltou foi a vontade de te contar sobre meus pesadelos.
chá.
Eu precisava de um momento de paz, sem pensar em fibras para compor a refeição. Sem pensar que o azeite acabou. Eu vejo que não me interesso mais por estes filmes tão penosos, tão longe. As opções são vastas; tenho preguiça de descrevê-las. Falam tanto (digitam) sobre séries como se tivessem surgido como uma cura para os males da alma. Na verdade, eu sei, é o acesso que chegou às massas, finalmente engoliremos os enlatados sentados à mesa posta. Esta vida que não é a minha, este espetáculo que parece ter sido escrito pessoalmente para mim. O que será que fiz para merecer ? ou talvez eu apenas esteja muito atrasada. Que horas é o chá?
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