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I dunno

Existem coisas mais importantes. Existem, eu penso, olhando para aquele blush pêssego e caro e ele devolve o olhar. Vai alegrar minhas maçãs vez ou outra e ficar quietinho num canto. Eu preciso de coisas inúteis. Lindas e inúteis. Assim como preciso enfiar a cara entre os joelhos e chorar, como preciso daquela música, naquele momento e naquele volume. E aquele tom, o exato tom deitado sobre palavras que nunca usei mas que me vêm tão íntimas. Pouquíssimas coisas encaixam quando devem. Tão tardia essa coisa de efêmero. A gente chama, faz um gesto com a mão. Não vêm. Vão mais, bem mais que vêm.

Comentários

[ joe ] disse…
Que lindo. É teu? Adorei, desde o titulo.
Bom espaço este aqui!
Tudo de bom,

[j]

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Ypê.

Os móveis baixos e amadeirados. Cair na cama te distanciava do teto e eu estendia assim o braço e caia para trás. E Laura ali, loira, loira como um pintinho, encolhida no canto do quarto. Mas...quem te fez isso? E você espera sangue mas eram fios finos e longos. Desculpa, eu...Não precisa chorar. Me dá sua mão. E é aquela mão de leite, aquela unha que não cresce. O sol entra tímido pela veneziana que insiste em ser verde. Já faz duas semanas que a poeira vem se aprumando, logo vai reinar. Estou aflito. Laura também já percebeu. Hoje os últimos biscoitos da lata. Ela me olhou após tomar o copo de leite, dente de leite. Quando vi, tinha pegado a tesourinha de costura, cortou tudo, pintinho. Você espera sangue, mas essa dor injetada precisa ser sólida? Vem cá, Laura, levanta daí, vamos fazer biscoitos? É linda, como mamãe. Os móveis baixos, tão perto de nós. Nenhum bilhete. Laura sorri e a mim basta.
de repente, me adequo. efeito fit. mas no caminho para o centro insisto em puxar aquele fio comprido do cabelo e me descosturo. Mesmo no pedregulho nivelado, vacilo. Algum salto insiste em passarelar na orla da minha orelha, agulhado. Ácido. Me agacho pra amarrar o cadarço; estou de botas. E volto a burlar minha vista, abandono as marquises e agora é só calçada.

agenda.

Aproximou-se da janela e afastou a cortina, afastou a franja do rosto. A vista lá de baixo revelou um casal em despedida, um beijo fervoroso. Fervoroso, ela repetiu e levou a mão à boca, como eram finos os lábios, transparentes. O rapaz agora beijava o pescoço da jovem e a Srta Elma teve um arrepio que tentou disfarçar tossindo. Olhou para as mãos enrugadas e de repente, Romeu.