Amo aquele cara sentado ali no chão com uma mochila pré-escolar nas costas, gravando as palavras de um mendigo. Amo aquele outro que atravessou a rua fumando tão despretensiosamente charmoso. Amo a menina que no metrô, me olhou e sorriu. Amo esta que está na minha frente, usando preto no calor e calçando sapatos de camurça verde. Amo todas estas pequenas situações específicas que pedem alguém além de mim.
Eu precisava de um momento de paz, sem pensar em fibras para compor a refeição. Sem pensar que o azeite acabou. Eu vejo que não me interesso mais por estes filmes tão penosos, tão longe. As opções são vastas; tenho preguiça de descrevê-las. Falam tanto (digitam) sobre séries como se tivessem surgido como uma cura para os males da alma. Na verdade, eu sei, é o acesso que chegou às massas, finalmente engoliremos os enlatados sentados à mesa posta. Esta vida que não é a minha, este espetáculo que parece ter sido escrito pessoalmente para mim. O que será que fiz para merecer ? ou talvez eu apenas esteja muito atrasada. Que horas é o chá?
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